Guia prático para pais e cuidadores: passos simples de comunicação não verbal, uso de CAA e rotinas que funcionam em casa e na escola
Comece pelo respeito ao tempo e ao jeito da criança
Para pais e cuidadores, o primeiro passo é observar. Cada pessoa com autismo tem sinais próprios: olhar, apontar, levar a mão do adulto, aproximar um objeto.
Fale devagar, faça uma pergunta por vez e aguarde. Silêncio curto é processamento, não desinteresse. Evite corrigir de imediato: confirme a intenção e siga.
Use comunicação aumentativa e alternativa (CAA) sem medo
A CAA não atrasa a fala. Ela abre caminhos para que a criança seja compreendida hoje. Utilize pictogramas, fotos, prancha de comunicação e aplicativos simples.
Comece por necessidades diárias: água, banheiro, dor, pausa. Mostre como apontar e combine duas ou três figuras: “EU + QUERO + ÁGUA”.
Mostre a rotina com imagens para reduzir ansiedade
Para pais e cuidadores, previsibilidade diminui birras e crises. Monte um quadro “agora / depois” com fotos ou pictogramas reais da casa.
Antes de mudar de atividade, avise com timer visual. Essa antecipação melhora a comunicação não verbal e dá sensação de controle.
Modele, valide e elogie o que deu certo
Demonstre como pedir, recusar e encerrar: aponte o cartão junto com a criança, depois solte e espere. Valide a intenção: “Você mostrou pausa; vamos descansar”. Elogio específico (“Você pediu água sozinho”) aumenta a repetição do acerto.
Ajuste o ambiente para facilitar a resposta
Barulho alto, luz forte e cheiros intensos atrapalham. Para pais e cuidadores, vale preparar um canto calmo para comunicar.
Use mesa organizada, contraste nos cartões e postura em ângulo suave, sem invadir o campo visual. Menos estímulos = mais atenção conjunta.
Combine a mesma linguagem com a escola e a rede de apoio
Leve a prancha de comunicação na mochila e alinhe símbolos com a professora e a equipe de saúde.
Definam metas mensais objetivas (ex.: pedir água com cartão três vezes ao dia). Revisem registros simples e ajustem o plano.
Priorize segurança: sinais para dor, desconforto e limites
Crie cartões para dor, barulho, quero sair, agora não. Ensinar “não” protege e dá autonomia. Pratique cenários: “Se ficar alto demais, mostre barulho”. Ter códigos claros evita crises e reduz risco.
Registre microvitórias e tenha um mini plano de crise
Para pais e cuidadores, anotar contexto, sinal usado e resultado mostra progresso real. Um pedido independente vale muito.
Tenha um passo a passo para crises: reduzir estímulos, oferecer pausa, apresentar item de conforto, retomar quando a criança estiver pronta.
Fontes:



