Desinformação ainda atrapalha a inclusão de pessoas no espectro
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) atinge milhões de pessoas no mundo e, no Brasil, estima-se que cerca de 2 milhões de cidadãos estejam dentro do espectro. Apesar dos avanços da ciência e da sociedade em relação ao tema, ainda há uma série de mitos que dificultam a compreensão da condição e contribuem para o preconceito.
Essas falsas ideias se espalham com facilidade, muitas vezes pela internet ou até mesmo dentro das famílias. Conhecê-las e desmistificá-las é um passo fundamental para promover respeito e garantir a inclusão social. A seguir, apresentamos os 10 mitos sobre o Autismo que precisam ser deixados para trás de uma vez por todas.
1. O Autismo é uma doença
O primeiro mito a ser combatido é a crença de que o Autismo é uma doença. O TEA não é algo que precise de “cura”. Trata-se de uma condição neurológica que faz parte da diversidade humana. Pessoas autistas não estão doentes, mas sim apresentam uma forma diferente de perceber e interagir com o mundo.
2. Autismo tem causa única
Muitos acreditam que existe apenas uma causa para o TEA, o que não é verdade. Estudos apontam uma combinação de fatores genéticos e ambientais, mas não há um único elemento responsável pelo desenvolvimento do espectro.
3. Pessoas com Autismo não sentem emoções
Outro equívoco é imaginar que indivíduos autistas não têm sentimentos. A verdade é que eles sentem, mas podem expressar emoções de maneira distinta. Isso não significa ausência de afeto ou empatia.
4. Todos os autistas são iguais
Há quem pense que o Transtorno do Espectro Autista se manifesta de maneira uniforme. O termo “espectro” já demonstra o contrário: existem diferentes graus e manifestações. Cada pessoa apresenta suas próprias características, habilidades e desafios.
5. O Autismo é resultado de má criação
Durante décadas, difundiu-se o mito de que o TEA seria consequência da forma como os pais criam seus filhos. A ciência já derrubou essa hipótese. O Autismo não tem relação com educação familiar ou estilo parental.
6. Vacinas causam Autismo
Um dos mitos mais persistentes é o de que vacinas estariam relacionadas ao desenvolvimento do espectro. Essa ideia surgiu após estudos fraudulentos, já desmentidos por órgãos internacionais de saúde. As vacinas são seguras e fundamentais para prevenir doenças graves.
7. Pessoas com Autismo não conseguem aprender
Outro erro comum é acreditar que quem está dentro do espectro não pode desenvolver habilidades acadêmicas ou profissionais. Na realidade, com apoio adequado, muitas pessoas autistas se destacam em diversas áreas, como tecnologia, artes e ciências.
8. O Autismo afeta apenas meninos
Embora o diagnóstico seja mais frequente em meninos, meninas também podem estar no espectro. Em muitos casos, os sinais nelas passam despercebidos, o que leva a um atraso na identificação. Isso demonstra que o Autismo não tem gênero definido.
9. Adultos não podem ser diagnosticados
Muitos imaginam que apenas crianças recebem o diagnóstico. No entanto, adultos também podem ser identificados como autistas, inclusive em idade avançada. A avaliação pode ajudar a compreender desafios de vida e oferecer suporte adequado.
10. Autistas não conseguem ter uma vida independente
O último mito a ser desfeito é a ideia de que pessoas no espectro não conseguem viver de forma autônoma. Embora alguns necessitem de maior apoio, muitos conquistam independência, formam famílias, trabalham e participam plenamente da sociedade.
Informação correta é a chave para inclusão
Desmistificar o Autismo é essencial para combater o preconceito e reduzir barreiras sociais. Quanto mais informação confiável circula, menores são as chances de discriminação. O foco deve estar na garantia de direitos, no acesso à educação inclusiva, ao mercado de trabalho e a uma vida digna.
Superar os mitos é o primeiro passo para construir uma sociedade mais justa e acolhedora, em que pessoas autistas sejam reconhecidas por suas capacidades e não definidas por estereótipos.